26 mar COMO O INVESTIMENTO EM INFRAESTRUTURA PODE AJUDAR A EVITAR ACIDENTES
Acompanhe este post até o final e saiba mais sobre o conceito das “rodovias que perdoam” e quais são as alternativas para a infraestrutura das rodovias nacionais.
Os acidentes rodoviários são uma rotina em todas as partes do Brasil. Para se ter uma ideia, no nosso país anualmente morrem mais de 6 mil pessoas atropeladas e ocorrem mais de 300 mil acidentes por ano. Segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT), o Brasil registra 14 mortes por dia nas rodovias federais.
O número é preocupante, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os acidentes de trânsito são a principal causa de mortes e lesões no mundo. Para evitar que esse número suba cada vez mais, é necessário um grande investimento na infraestrutura do transporte rodoviário.
Quanto foi investido nas rodovias nos últimos anos?
Se pensarmos que o principal meio de locomoção nacional é o rodoviário, os custos com acidentes provocados nas rodovias acabam que se tornam elevados devido à intensidade de circulação de veículos nas mesmas. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), em 2020, os custos com acidentes nas rodovias federais no país foram de R$10,2 bilhões de reais.
A CNT, juntamente com as entidades citadas acima, realizou um levantamento onde no país, apenas R$6,7 bilhões foram investidos para a adequação e manutenção das rodovias federais. A conta não fecha, e fica claro ao ver que gastamos mais com os custos com acidentes do que com a própria manutenção das rodovias.
Se pegarmos os mesmos dados, porém abordados entre os anos de 2009 e 2019, o número se torna ainda maior. Os acidentes neste período de tempo custaram aos cofres públicos R$156 bilhões, enquanto o governo investiu R$125 bilhões em melhorias nas estradas.
Mas o que pode ser feito para que a infraestrutura das pistas em todo o país seja boa o suficiente para reduzir tanto o número de mortes, quanto o custo que é exigido a cada acidente?
Alternativas para a uma melhor infraestrutura das rodovias
A importância de investir em infraestrutura nas rodovias nacionais é tão grande, que a própria Confederação Nacional dos Transportes publicou agora em março um informe sobre as “Rodovias que perdoam”.
Mas o que seria essas Rodovias que perdoam? Basicamente é um projeto onde evidencia a importância do planejamento viário, pensando principalmente nos erros de condução dos motoristas e como as rodovias podem minimizar os impactos causados pela falha humana.
A implementação das Rodovias que perdoam é um projeto mundial, segundo a própria CNT visa “evitar acidentes de trânsito causados pelo erro humano ou minimizar as suas consequências. exemplo disso, os seus elementos advertem o condutor para que corrija um comportamento ou reaja em conformidade a um risco, redirecionam suavemente os veículos que eventualmente saiam da via ou permitem largura suficiente de áreas de escape para que o condutor possa manter o controle de parada nas situações de risco.”.
O início do projeto surgiu nos anos 60, nos Países Baixos, posteriormente os Estados Unidos incorporaram o mesmo dentro de sua malha rodoviária. No Brasil, o conceito das rodovias que perdoam surgiu em 2007, onde foi incorporada na Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e foi revisada em 2016.
Quais são os conceitos das “Rodovias que Perdoam”?
As rodovias que perdoam trazem consigo projetos que adaptam as rodovias para que as mesmas possam gerar mais segurança para os motoristas, dentre as alterações que possuem são:
- Espaços de Zona livre – Basicamente seria um espaço em locais específicos onde o condutor possa perder o controle de um veículo. O conceito de zona livre é possuir um espaço aberto para que o condutor possa recuperar o controle do carro antes de bater em algum objeto ou cair em uma área perigosa.
- Dispositivos de Contenção Viária – Em algumas rodovias conseguimos ver quais são estes dispositivos, são barras metálicas instaladas em curvas que sinalizam tanto para o condutor que o mesmo deverá reduzir a velocidade, quando também servem de segurança para os mesmos evitarem acidentes mais fortes. Estes dispositivos ficam na lateral da rodovia.
Outros modelos de contenção viária são para a parte central da pista como a Barreira New Jersey central, que são os blocos de concreto que separam as pistas em sentidos opostos. Existem também as barreiras com baldes de areia, presentes principalmente em locais com bifurcação na pista.
- Sonorizadores – Estes são mais comuns nas nossas rodovias. Sempre antes de uma curva considerada perigosa, os asfaltos possuem uma espécie de “frizz” que fazem com que o veículo vibre. Este efeito sonoro é capaz de gerar uma atenção maior do condutor, com o intuito de sinalizar o perigo à frente. Em alguns locais do mundo, já possuem rodovias com sonorização de música, que no momento em que o carro atravessa está faixa, o som de uma nota musical toca conforme a velocidade em que o veículo trafega.
- Características da via – Se em locais serranos podemos observar curvas acentuadas, onde um erro pode ser fatal, este planejamento pode ser bastante útil. Trata-se de entender qual o ângulo da curvatura da via, bem como para qual lado à força gravitacional atua, para que, na construção ou manutenção de uma pista, a mesma possa receber um tratamento para que os carros sofram menos com esse impacto e que permaneçam na pista. É como se fosse um circuito oval de uma corrida, onde a parte externa da mesma é mais elevada para evitar que o veículo sofra com a força gravitacional.
Todas essas informações e projetos citados acima reduziriam bastante o custo gasto em acidentes e evitariam com que os erros humanos fossem tão fatais em nossas rodovias. Porém na Pesquisa CNT de Rodovias de 2019, apenas 11,3% das rodovias no Brasil possuíam os dispositivos de proteção necessários para o tráfego de veículos.
Com tudo isso, concluímos que os benefícios vindos da redução de acidentes não apenas seriam superiores aos custos de implantação dos dispositivos citados no conceito das rodovias que perdoam, mas também amplamente justificados, o que mostra que temos um longo caminho pela frente para trilhar.
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Texto escrito pelo Jornalista Renato Rinco.
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