18 dez POR QUE A CARTEIRA DE HABILITAÇÃO NÃO ATRAI MAIS OS JOVENS ?
POR QUE A CARTEIRA DE HABILITAÇÃO NÃO ATRAI MAIS OS JOVENS BRASILEIROS?
Acompanhe este post até o final e saiba como será a relação dos jovens no trânsito no futuro.
Os brasileiros estão cada vez mais desinteressados por adquirir uma Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), o volume total de emissões de CNH em 2014 passava dos 3 milhões, porém em 2017, esse número recuou para 2,1 milhões de emissões. A comparação entre os jovens de 18 a 25 também mostra esse sinal de queda, de 495 mil emissões para 382 mil.
Mas qual será o motivo do aumento do desinteresse entre os jovens de tirar carteira? Alguns fatores justificam este processo. Se antes a emissão de uma CNH era vista como um dos fatores de independência entre os mais jovens, hoje, pessoas nascidas entre meados de 1990 até 2010, a chamada geração Z, não demonstram interesse em trafegar em um trânsito carregado, ou mesmo sair com os amigos para beber e depois ser obrigado a dirigir.
O custo é outro fator que influencia os jovens. Uma pesquisa da consultoria Box 1824, especializada em comportamento, mostra que comprar um carro é prioridade para somente 3% dos jovens de 18 a 24 anos. Para se ter uma ideia, a média de gasto para a emissão de uma CNH é de R$2.000 reais, variando o custo entre os Estados. Para adquirir um veículo popular na concessionária, o custo está na faixa de R$40.000 reais, um valor muito alto para este público que nesta faixa etária não possui tamanho recurso financeiro para arcar com este tipo de propriedade.
Para além das justificativas que podem haver para este desinteresse por parte dos jovens, há um fator que pondera muito para esta questão. O tempo gasto para a emissão de CNH pode ser até de 1 ano, e um jovem que está em uma fase da vida onde atividades são mais pesadas, muitas vezes conciliando trabalho e estudo, concluir todas as aulas requisitadas pelo Detran para a emissão da carteira definitivamente não está na lista de prioridades da geração Z.
Como compreender a mudança de comportamento dos jovens?
Entender o comportamento dos jovens hoje é fundamental para entender também como o trânsito será desenvolvido nos próximos anos. A faixa etária de 18 a 25 anos está presente de forma maciça em bares e festas, onde o consumo de álcool também é presente. Devido a esse fator, os aplicativos se tornam mais atraentes para este público. O custo de uma corrida com um aplicativo, geralmente dividido entre amigos, se torna mais viável que o gasto de um carro, somado com o perigo de dirigir embriagado.
Se no século XX os bares e as regiões com atrativos culturais eram localizados somente nos centros comerciais das capitais. Segundo artigo de João Basílio Pareima (XXI: o século das cidades no Brasil):
“O simples crescimento econômico promovido a partir de estímulos macroeconômicos poderá ter como reflexo o mesmo padrão desordenado de crescimento dos centros urbanos observado ao longo do século XX. Além dos efeitos do crescimento macroeconômico, uma importante mudança atualmente em curso atuará a favor da melhoria das condições de vida nos centros urbanos no futuro: o fim da transição demográfica.”.
Esse fator de crescimento tem como consequência a mudança de mobilidade por parte dos mais jovens. Aplicativos de aluguel de bicicleta, monociclos motorizados e caminhadas já ocupam o trânsito nacional de forma mais contundente.
Compreender essa mudança é fundamental para entender como será nossa relação entre novas tecnologias disponíveis para transporte e a regulamentação das mesmas para a manutenção da segurança no trânsito.
Esse fenômeno já é percebido pela Indústria Automobilística. Segundo a Associação Nacional de Fabricantes de Veículos (Anfavea), o desinteresse pela CNH também está relacionado ao modo como consumimos o trânsito nos dias de hoje. “Não é atoa que quase todas as montadoras estão investindo em carros elétricos. Hoje os jovens querem se associar a marcas com um propósito e que se preocupam com o impacto no mundo”, afirma.
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Texto escrito pelo Jornalista Renato Rinco.
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